Carta de Massarinho

Valéria Maria Faria Ohashi nasceu em São João Del Rey, Minas Gerais mas com coração pernambucano. Passou sua infância e juventude em Paulo Afonso, Bahia. Em Recife, começou a faculdade de Medicina mas decidiu dedicar-se a família após ter casado com Masaru, um professor, imigrante japonês, que a havia convidado para uma dança. Ali começava uma história de amor que duraria 47 anos.  

Uma mulher de uma delicadeza e gentileza singulares que percebia com candura o que faria bem aos filhos, aos netos, e as pessoas que a cercavam e compartilhavam a sua vida. 

Mulher extremamente generosa e vibrante, trabalhou como voluntária na AACD e, por décadas, difundiu a cultura japonesa no Nordeste do Brasil através do consulado do Japão em Recife.  Mas sua grande paixão mesmo era a família e os amigos. Chamava os filhos, netos e esposo de "meus amores" que eram a sua vida. 

Uma vida quase sempre repleta de alegrias, festas e amores. Seus amores eram a sua vida e com a sua devoção de mãe, deixava alegria por onde passava, transmitindo vida e deixando a todos felizes e supridos de bem estar. Deixava alegria e transmitia vida por onde passava. Com um coração enorme, se fazia presente independente da distância. 

Como esposa amorosa, cuidava de seu marido com zelo e carinho para que tudo sempre estivesse ao seu gosto, abdicando e estando juntos em momentos difíceis da vida. Sempre estava pronta a ajudar a família.  

Como mãe, cada dor, cada doença, cada vacina e cura, cada descoberta, ela saudava a vida, e celebrava como que fosse um astronauta pisando em Marte, quando era somente seu filho aprendendo os segredos da vida. Cozinhava com carinho e tudo saia maravilhoso mesmo dizendo que não tinha jeito para cozinhar, mas como eram inesquecíveis aqueles pratos que sente-se o cheiro e o sabor como a comida da mamãe.

Como avó entendia os netos e suas necessidades e como adoçar suas vidas, enchia-os de amor, mimos, livros, brinquedos, carinhos e cuidados. Intercedendo junto aos pais para que os deixassem brincar e fazer o que quisessem, afinal eram seus netos. Cultivava o amor delas e colhia em dobro toda vez que as netas e filhos a viam chegando. Sempre perfumada, elegante e arrumada prezava pela convivência com as pessoas, sempre tocando seus corações com suas palavras doces e sensibilidade aguçada.

Mulher guerreira cujo nome enchia a todos com saúde, uma fortaleza de luz que sempre iluminava quando adentrava um recinto e tocava a vida das pessoas com seus gestos delicados e precisos.

Valéria nos deixou em 20 de maio de 2020, aos 67 anos e faltando 3 anos para completar o aniversário de 50 anos de casada, vítima de coronavirus. 

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